O Banco Central do Brasil registrou um crescimento de 9,47% do indicador econômico
Alícia Soares
Após sete meses de pandemia, o Banco Central divulgou hoje que a economia registrou um crescimento de 9,47%, comparado com o período entre abril e junho de 2020. Foi utilizado o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que prevê como será o balanço do Produto Interno Bruto (PIB) através das estimativas para as atividades agropecuárias, industriais e do setor de serviços, além dos impostos.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. No caso do segundo trimestre de 2020, quando houve maior paralisação das atividades laborais, houve o decréscimo de 9,7% nos serviços e 12% na indústria, levando o país a uma recessão técnica.
Segundo o economista e professor substituto da Universidade Federal de Juiz de Fora, Alex Altrão, a pandemia do Coronavírus causou a paralisação das atividades econômicas por motivo de força maior: “A pandemia do Coronavírus afetou todos os sistemas econômicos mundiais, dessa forma, provocou um tombo na economia de todos os países. Momentos pandêmicos são situações adversas, onde as atividades devem ser paralisadas temporariamente em busca de soluções para a situação”.
Para o professor, o fechamento de empresas ocorreu por causa do déficit financeiro: “Várias empresas fecharam suas portas porque não tinham condição de ter um faturamento capaz, já que precisavam pagar as suas contas. As receitas praticamente zeraram, mas as dívidas continuaram no mesmo patamar: aluguel, IPTU, energia, segurança.”
Especificamente nas regiões, houve crescimento em cada uma segundo suas atividades econômicas. Na região Norte, por exemplo, cresceram 6,7% devido ao aumento da mobilidade e o foco no processo de exportação, por causa do aumento do dólar frente ao real. Por outro lado, na região Nordeste, houve um crescimento só de 2,8% e na região Centro Oeste apenas de 0,5%, devido às atividades agropecuárias e ao plantio de grãos. Nas regiões Sul e Sudeste (quedas de 6,8% e 7,1% respectivamente), houve decréscimo na prestação de serviços e nas atividades industriais.
Altrão também comenta sobre a possibilidade da segunda onda da Covid-19: “Já é conversado na questão econômica brasileira, principalmente pelo Ministério da Economia, que pode ser possível a segunda onda, gerando queda novamente no PIB”. Além disso, vale lembrar da grande dependência do auxílio emergencial pela população, trazendo consequências em forma de cascata para a economia brasileira.
Você pode conferir aqui o relatório completo por regiões do Banco Central.
O resultado oficial do PIB desse terceiro trimestre será divulgado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 3 de dezembro. Em relação ao balanço anual econômico, o Ministro da Economia Paulo Guedes acredita que será de 4%.
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