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Eduardo Bolsonaro causa estresse em embaixada chinesa

Por Letícia Dias



Na última segunda, 23, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e filho do presidente da República, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), usou sua conta no Twitter para mais uma vez atacar a China e causar mal-estar na relação entre os países. Em postagem sobre a tecnologia 5G, afirmou que o Brasil declarou apoio ao programa Clean Network, dos EUA, que busca excluir, ou ao menos limitar, a participação da gigante chinesa Huawei no leilão da tecnologia no Brasil, para manter a segurança “sem espionagem da China”. O post foi apagado pelo deputado no dia seguinte.

A postagem repicou e continua causando reações até hoje. A embaixada chinesa no Brasil emitiu nota dizendo que Eduardo deveria “deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana” e ”evitar ir longe demais no caminho equivocado”. O Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, não ficou nada satisfeito com a nota e repudiou a atitude da embaixada, em carta que teve o conteúdo revelado pela CNN Brasil. Nela, o Itamaraty deixa claro que considera o conteúdo desnecessário, ofensivo e desrespeitoso, e reforça que a embaixada do Brasil em Pequim não se pronuncia sobre as relações da China com outros países, então a embaixada deles também não deveria se pronunciar sobre as relações do Brasil. O Ministro diz que “os canais diplomáticos estão abertos e devem ser utilizados”.

Ainda hoje, o assunto repercute. Dessa vez, o vice-presidente Hamilton Mourão criticou a representação diplomática chinesa pelo ocorrido. Segundo ele, se alguém está insatisfeito, deve escrever carta ao Ministro das Relações Exteriores e levar ao Itamaraty, e não utilizar as redes sociais para tratar de assuntos diplomáticos, senão pode virar um “carnaval”. Quanto à publicação de Eduardo Bolsonaro, o vice-presidente afirmou não caber a ele comentar a atitude do deputado, mas que o fato dele ter apagado o post deve vir de alguma orientação do governo.

Conversa sobre programa Clean Network ocorreu durante visita do subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento do Estado Americano, Keith Krach, no início do mês de novembro.


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