Recordes de internação e infectados na cidade geram a ocupação de leitos mais rápida que o previsto após a retomada de atividades não essenciais
Isabella Castro
Na última quinta-feira (19), as mortes por Covid em Juiz de Fora chegaram a 290 e o número de infectados foi atualizado para 8.383 de acordo com o boletim da prefeitura. Cada vez mais recordes de internação e casos estão sendo batidos na cidade, com leitos em sua máxima ocupação. Ainda assim, a preocupação do juiz-forano não parece estar voltada para a pandemia.
O jornal Tribuna de Minas publicou no último domingo (15), uma matéria onde flagrava pessoas andando pelas ruas da cidade sem utilizar as máscaras de proteção recomendadas no decreto N.º 13.929. O aumento exponencial de casos de Covid na cidade somado aos descuidos da população e flexibilização dos serviços não-essenciais acaba contribuindo para a disseminação da doença e sobrecarga do serviço de saúde.
“Esse retorno das atividade sem os devidos cuidados, principalmente de bares, shoppings e outros estabelecimentos parecidos, incentiva a aglomeração, uma vez que a sociedade já não está tendo mais toda aquela preocupação do início e essa consciência de que a pandemia ainda não acabou e nem tem hora pra acabar”, diz Thayrine Silva, enfermeira do CAPS. “A retomada das atividades, como a abertura do comércio e alguns serviços não essenciais, gera uma sensação de que ‘está tudo bem’, as pessoas tem uma concepção errada da realidade, que ainda é muito preocupante.” Para ela, a flexibilização dos serviços traz uma falsa ideia de controle, e somado à fadiga mental e psicológica de quem se manteve em quarentena nos meses iniciais ajuda no relaxamento das medidas de prevenção.
De acordo com o estudante de medicina Rodolfo Martins, “do ponto de vista médico isolado, que não se aplica à realidade, a flexibilização talvez não devesse acontecer, apesar de haver questões psicológicas envolvidas no processo que podem ser tão importantes ou mais para a saúde. Como cidadão acredito que deva haver certa flexibilização, porém de forma muito bem controlada, com adesão rígida dos comerciantes e da população a todos os protocolos de segurança, havendo punição severa aos que descumprirem. Talvez fosse mais eficiente do que o fechamento completo, seguido da abertura irracional e de um provável novo fechamento.”
Vacinas se encontram na terceira fase de testes
A procura por uma cura se deu logo no início do surto, quando os países infectados se resumiam ao continente asiático. Após meses de estudo e pesquisa, as primeiras 120 mil doses do CoronaVac chegaram em São Paulo na manhã da última quinta-feira (19) de acordo com o G1. A vacina chinesa em parceria com o Instituto Butantan se encontra na terceira fase de testes e ainda precisa passar pela autorização da Anvisa para ser aplicada nos voluntários.
Em Minas Gerais é prevista a chegada 50 milhões de seringas da Coronavac até dezembro, e a Secretaria de Saúde já se pronunciou afirmando que o estado está pronto para receber o carregamento.
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