Novas formas de consumo a longo prazo entre os consumidores brasileiros
Foto: Banco de imagens/ Markus Spiske.
Isabella Castro
O isolamento social ditou uma nova forma de consumo. Comprar mercadorias online, pedir comidas por serviços de delivery e realizar compras através de aplicativos para smartphones estão entre os principais comportamentos adotados por brasileiros durante a pandemia do Coronavírus. De acordo com dados do estudo realizado pela Criteo empresa de tecnologia sobre comportamento de consumidores, mostra que 67% dos consumidores descobriu, ao menos, uma nova forma de compra que pretende manter pós isolamento social.
Outro estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que os brasileiros aumentaram suas compras online e passaram a usar meios digitais de pagamentos. Ainda de acordo com o estudo, esse comportamento deve se manter. Segundo os dados, 61% dos clientes que compraram online durante a quarentena aumentaram o volume de compras devido a pandemia. Os números mostram que o impacto do coronavírus no fechamento de negócios “não essenciais” afetou diretamente as compras online e, consequentemente, gerou o desenvolvimento de novos hábitos. Além disso, com mais tempo em casa, 53% dos brasileiros passaram a cozinhar mais e pretendem transformar isso em um costume.
Tráfego da internet brasileira na pandemia
O tráfego de internet no Brasil vem crescendo significativamente desde o início de 2020, o IX.BR registrou a maior curva crescente desde o ano de 2014. A internet brasileira teve a sua implantação em 1988 pela iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), tornando-se um dos principais meios de troca de informações e dados no país.
Nos dados apresentados pela Anatel, que se referem aos acessos e à densidade de Banda Larga Fixa Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) , que são enviados pelas prestadoras do serviço, foi apresentado um crescimento desde 2007, alcançando um total de 32.994.902 em abril de 2020. São Paulo representa cerca de 75% do tráfego agregado do IX.br, servido de base para uma análise do comportamento do tráfego.
Michael Marques, funcionário da NET no setor da Anatel, alega que as reclamações no setor aumentaram durante a pandemia. “Como as pessoas tem ficado mais em casa e utilizado mais os serviços de internet, a rede não suporta tanto usuários ao mesmo tempo, causando problemas na experiência do usuário”. O setor com maior número de reclamações foi o de problemas técnicos em geral e contestações de valores na fatura.
Com a aproximação das datas comemorativas, apesar de muitos não poderem estar juntos fisicamente, isso não impede que as pessoas se presenteiam. Devido à distância, o envio de presentes cresceu, o estudo mostra que pode chegar em 41% nos próximos meses, a prática de comprar presentes on-line e selecionar o destinatário de quem vai recebê-lo. Em contrapartida, 35% vão diminuir a entrega presencial. Os presentes não materiais, como cupons, vale-presentes e vouchers aumentaram nesse período e ganharam o gosto do brasileiro, e 36% já vão utilizá-los mais nas próximas datas especiais.
Black Friday
Para o estudante Vitor Miguel, ainda que realizar compras online tenha se tornado um hábito, comprar na Black Friday não é tão vantajoso assim."A Black Friday já não vem mais pra suprir uma necessidade de um preço menor por um sonho de consumo e só vem pra promover as próprias lojas, a mesma promoção que ocorre na Black Friday acontece na verdade várias vezes ao ano, inclusive próximo do Natal com bastante frequência".
Já para o atendente Daniel Frazão, houve sim uma significativa mudança nos preços de algumas lojas. "Eu já estava verificando há algum tempo os preços, e nunca comprei nas Black Fridays passadas. É sempre bom sondar os preços antes de novembro, para não correr o risco de pagar mais caro ou o mesmo preço em um item com a tag da promoção".
É esperado um leve recuo nas vendas deste ano por conta da pandemia. Todavia, os comerciantes discordam, e várias lojas já se adaptaram ao atendimento online para suprir a falta de pessoas nas ruas. Alguns sites apresentaram instabilidade causado pelo grande tráfego, mas os dados sobre as vendas ainda não foram divulgados.
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